Conversas inacabadas

27 junho 2006

Em cinco sentidos...o olhar


Quero ver o mundo pelos teus olhos…se não estiveres não quero estar em sítio algum!...não quero ver nem ouvir nem sentir… Contigo, não sinto faltas …e os vazios… preencho-os com um cenário de fantasia para que nada nos falte…
Ainda que, por vezes, os olhos pelos quais eu quero ver o mundo sejam os mesmos que me despertam lágrimas… continuarei a querer ver o mundo pelos teus olhos, porque quando tu não estás, eu não sou …
E descanso o meu olhar nas tuas fotografias que trago sempre comigo e ouço o murmúrio das tuas palavras antigas escritas num papel já envelhecido …”o nascer do dia começa com o brilho dos teus olhos” …
Se um dia duvidares das minhas palavras, recua no tempo e acredita outra vez…”Lisboa é tão triste sem ti!”…Para mim, nada mudou…apenas o tempo foi passando por nós, mas para mim - Lisboa continua a ser triste sem ti…

Nina

Em cinco sentidos...o toque


Dá-me a tua mão…a tua mão segura…que me faz forte…
Prende-me por um momento com as tuas mãos fortes…e eu rendo-me…sou tua!
Vejo as tuas mãos…é delas que alimento a alma…são as mesmas que saciam a sede do toque e que me aquecem. Dá-me a tua mão e eu guio-te por mim… e deixo…que o teu toque me queime As tuas mãos falam com o meu corpo na mesma linguagem. As tuas mãos perguntam…o meu corpo responde… e é neste diálogo mudo de movimentos…que somos inteiramente uma só…

Nina

10 junho 2006

Primeiras palavras...

Ensinou-me a vida que o querer bem alguém incapacita-nos de ter conversas inteiras. O tempo esgota-se e fica sempre algo por dizer...mas as palavras, essas, não se esgotam, antes...multiplicam-se...dispersam-se, muitas vezes contradizem-se outras vezes convergem, mas parecem nunca chegar...mesmo as que se escondem nas entrelinhas. Algumas palavras são directas e fortes...outras distantes e apagadas. Algumas apagam sentimentos porque transportam ódios, outras resultam em sorrisos francos porque são alegres e sinceras. Ainda assim, parecem ser sempre poucas...
A verdade é que das nossas conversas inacabadas renasce sempre a esperança de mais um reencontro... e mais palavras...soltas, trocadas, sem sentido e tantas vezes...palavras para quê?...
Nina